
Começamos o ano com noticias tristes. Segundo informações que correm nos orgãos de Imprensa, o pintor moçambicano Malangatana morreu aos 74 anos às 03:30 no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada.



Mia Couto, escritor: O país perdeu “uma espécie de embaixador permanente da cultura”.

Ângela Ferreira, artista plástica: "Era uma força da natureza." "Conseguiu ser uma figura respeitável como pintor e africano, mesmo no tempo do colonialismo, o que era difícil".
Joaquim Chissano, ex-Presidente moçambicano: “A cultura está desfalcada” de um “animador de cultura em todos os aspectos”.

Mari Arkatiri, secretário-geral da FRETILIN: “Uma grande perda para o mundo da arte”.

Domingos Simões Pereira, secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): "Uma grande perda para o mundo".
Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura: "O carismático pintor moçambicano deixa um legado de intervenção e criação cultural de grande expressão no mundo lusófono e de reconhecimento internacional".
José António Fernandes Dias, director da plataforma cultural África.cont: “Malangatana foi, sem dúvida, o primeiro artista plástico africano negro moderno no espaço da lusofonia. Na primeira parte da sua obra, ele pintava o sofrimento, a dor, a escravatura, o trabalho forçado. A seguir à independência, envolveu-se no movimento de criação de uma identidade nacional moçambicana. A partir de dada altura, tornou-se um grande pai, muito generoso, para os artistas moçambicanos mais jovens.”
Rui Mário Gonçalves, historiador e crítico de arte: “A pintura de Malangatana é muito influenciada pelas tradições da sua terra e etnia. Ele conjugava as diversas influências e tradições: pintava mulheres africanas com cabelo comprido, como se fossem europeias, e misturava diferentes crenças religiosas, do catolicismo ao protestantismo. Além de que era fascinado pela obra do Picasso. Tornou-se um artista cada vez melhor, com o passar do tempo.”Luísa Soares de Oliveira, crítica de arte: “Malangatana foi muito importante numa altura em que a arte portuguesa estava a abrir-se à internacionalização. Havia nele uma frescura de estilo que era uma novidade, e que se afastava do folclorismo, e isto era um conceito moderno. Nos anos 80, a sua obra foi sujeita a um certo esquecimento, e é pena que as suas obras não estejam hoje normalmente expostas nos principais museus portugueses, como o Chiado ou a Gulbenkian. Estamos na hora certa para voltar a olhar para Malangatana com mais atenção.”
João Pinharanda, comissário e crítico de arte: “Malangatana é muito importante porque faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador. E consegue criar uma identidade cultural moçambicana. É o mesmo que os escritores Craveirinha ou Mia Couto fazem com a língua portuguesa na sua obra ou que Pancho Guedes faz com a arquitectura ocidental ao chegar a África.”
João Pinharanda, comissário e crítico de arte: “Malangatana é muito importante porque faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador. E consegue criar uma identidade cultural moçambicana. É o mesmo que os escritores Craveirinha ou Mia Couto fazem com a língua portuguesa na sua obra ou que Pancho Guedes faz com a arquitectura ocidental ao chegar a África.”
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